A partir de ilustrações que retratam a sociobiodiversidade do bioma, materiais informam sobre os sistemas agroflorestais e seus produtos como a juçara e a rama da mandioca
O SiAMA (Sistemas Agroflorestais na Mata Atlântica), programa coordenado pela Agroicone, disponibilizou em seu website uma série de materiais de divulgação sobre agroflorestas e produtos de origem agroflorestal para uso livre e gratuito. A iniciativa é mais um dos esforços do programa para apoiar o trabalho de produtores rurais, agricultores familiares, técnicos e organizações ambientais na promoção destes sistemas produtivos por meio da comercialização de seus produtos.
Combinando o cultivo de espécies agrícolas e arbóreas em uma mesma área, os sistemas agroflorestais (SAFs) podem ser eficientes no enriquecimento do solo, na conservação da biodiversidade, no sequestro de carbono e na melhoria da qualidade da água e do ar. A produção de alimentos a partir destes sistemas pode garantir produtos de qualidade e com grande potencial de valor agregado.
Para divulgar os benefícios da agrofloresta e seus produtos, o SiAMA contratou a agência Leste BR, que desenvolveu materiais de marketing como apresentações editáveis, adesivos, infográficos, lambes, cards para mídias sociais, estampas para camisetas, bonés e ecobags. A partir de representações das agroflorestas e da biodiversidade da Mata Atlântica, esses materiais buscam informar e conscientizar sobre esses sistemas de produção e alguns produtos pouco conhecidos pelo grande público, como é o caso do fruto da juçara e da rama da mandioca para silagem.
Materiais específicos
A juçara é um fruto nativo da Mata Atlântica com grande valor nutricional e potencial mercadológico. Muito comparada com o açaí, ela tem uma concentração de antocianina até quatro vezes superior ao fruto da Amazônia, o que lhe confere um efeito antioxidante. Estudos apontam que o consumo da juçara pode ajudar a diminuir a inflamação do intestino e equilibrar a microbiota, sendo uma aliada para o tratamento da obesidade.
Além disso, é de suma importância social e ecológica: a coleta responsável de seus frutos mantém a floresta em pé e estimula a restauração florestal produtiva, gerando renda para a agricultura familiar. Esta palmeira nativa é mais conhecida pelo seu palmito, cuja exploração predatória, quase dizimou a espécie. O aproveitamento de seus frutos é uma forma de conciliar valor de mercado com conservação das palmeiras.
Já a mandioca –ou mais precisamente sua rama (folhas), que é a parte aérea do tubérculo que fica fora da terra– pode ser utilizada como componente da ração bovina. Com o aumento no preço do milho e da soja, a rama apresenta-se como um produto barato e acessível para cultivo para agricultores.
Suas folhas possuem um alto teor de proteína bruta e podem ser transformadas em silagem ou feno. Além disso, a mandioca é um produto que pode ser cultivado nas etapas iniciais de uma agrofloresta, podendo trazer retorno financeiro rápido. Os demais materiais disponibilizados pelo programa informam sobre as agroflorestas de modo geral, demonstrando seus benefícios e características.
“Com estes materiais queremos apoiar agricultores familiares e pequenos produtores a divulgarem suas iniciativas agroflorestais. No entanto, qualquer pessoa que tenha interesse em divulgar as agroflorestas e seus produtos pode acessar nosso site e baixá-los. A ideia é que as pessoas tenham liberdade para imprimir esses materiais para utilização em lojas, fazendas, feiras e eventos. Há também materiais digitais que podem ser usados em redes sociais e websites”, afirma Laura Antoniazzi, coordenadora do SiAMA e pesquisadora sênior e sócia da Agroicone. Além dos materiais de marketing, o programa atuou junto à Leste BR para o desenvolvimento de identidades visuais para cooperativas apoiadas no sudeste e nordeste do Brasil.
Os materiais podem ser baixados de maneira gratuita no site do SiAMA (siama.eco.br/materiais). Para isto, os visitantes devem criar um login a partir de um formulário de cadastro e seguir as regras de utilização dos materiais.